Achei no Facebook, a opinião de Roberto Bitencourt da Silva, no perfil "Ocupa a Rede Globo". Infelizmente não consegui achar o perfil ou o site onde ele pode ter posta originalmente a sua posição. Em tempo, agradeço ao companheiro Fábio Mesquita, que inicialmente compartilhou o texto comigo.
Fato é que gostei da visão que ele dá do fenômeno Marina Silva e acho que é uma boa opção para começarmos a discussão sobre quem é realemnte e o que pretende Marina Silva.
Então, abaixo, reproduzo o texto:
"Nunca
prestei tanta atenção no discurso da sra. Marina Silva quanto nesta
entrevista concedida ao Roda Viva, evidentemente, por conta da
possibilidade de surgimento de mais um partido político no País - no
caso, sob a sua liderança. Entendi porque nunca me chamou a atenção... É
muito articulada, tem seguramente predicados retóricos que guardam
apelo para certos segmentos da sociedade brasileira. No entanto, em que pese a forma eventualmente simpática e contemporânea, o conteúdo político é paupérrimo e conservador!
Assisti a sua entrevista e nada vejo que se pareça com um programa
político. Reformas das "práticas e dos comportamentos políticos"? A
ideia em si é boa, mas, qual é o sentido do que a dona Marina chama de
"novo protagonismo político do cidadão em face dos monopólios dos
partidos"? Parece que apenas a atender, eventualmente, aos impulsos
narcísicos das pessoas por serem ouvidas pelas lideranças políticas.
Isso pq a candidata para 2014 não oferece uma proposta sequer de
sociedade, uma orientação efetiva de mudança na sociedade, que dê
sustentação a tal "protagonismo cidadão"...
Ainda segundo dona
Marina, as categorias "direita" e "esquerda" estão "superadas".
Portanto, ela se apresenta como a "porta-voz" da "mudernidade" complexa
dos novos tempos, que não tenderia mais a enquadrar tal polarização... Ô
dona Marina, dá uma lida no "Direita e esquerda" do cientista político
Norberto Bobbio pra ver se a sra. entende o sentido da antiga - e
bastante atual - polarização! Como se sabe, uma divisão entre os q são a
favor ou contrários à igualdade social e econômica.
De acordo
com a liderança da Rede ("Rede do Pesca Otário", rss, conforme a irônica
designação dada pelo mestre Aluizio Alves Filho) a agenda política do
Brasil deve adentrar o século XXI. Para a dona Marina ainda nos
encontramos, anacronicamente, operando com uma agenda dos séculos XIX e
XX. Bom, mas o País já realizou a reforma agrária? Já suprimiu o
latifúndio? Já oferece educação e saúde de qualidade para todos/as? Já
introduziu uma reforma tributária progressiva? Já está taxando as
grandes fortunas? Já exerce plenamente a sua soberania nacional? Já
possui uma mídia plural? Já reduziu drasticamente as desigualdades
sociais e econômicas? Enfim, o nosso País já realizou as reformas
elementares para a construção de uma sociedade que se possa,
minimamente, ser chamada de democrática? Como penso que não fizemos nada
disso, a agenda política só pode mesmo, em grande medida, ser a dos
séculos XIX e XX, em virtude mesmo do nosso renitente atraso em resolver
problemas históricos que se arrastam até hoje. Colocar pra baixo do
tapete estas questões é, no minimo, iludir as pessoas."
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